É uma aridez muito grande, procuro-O e não O encontro...nas orações estou distraída, sinto-me como se estivesse vazia de Deus...eu sei que é um lugar comum dizer-se que quanto menos O sentimos mais próximo Ele está. Pois...isso eu acredito...mas porque é que me distraio tanto na oração?...é o único momento que tenho para falar com Ele...porque é que começo o Pai Nosso e já estou na Avé Maria?...porque é que para mim é tão difícil orar?.. porque é, que estou sempre a adiar para mais logo?...porque estico a corda até ao limite e depois não tenho paciência, serenidade para entrar em contacto com Ele?...qual  terço, qual quê se rezar umas dezenas com lapsos de tempo e paciência, ainda se arranja, mas mais...oh meu Deus, quanta dificuldade...era tão bom que a oração me trouxesse paz, alegria, me enchesse a alma...mas qual quê...estou oca e é tudo. Ontem quando me queixava a Ele em pensamentos sobre essa falta de proximidade, um pensamento me atravessou o cérebro como um relâmpago e dizia assim:-não sentes o Senhor?...então olha à tua volta, nas flores que se abrem ao sol da primavera, no  sol que nos aquece, na água que nos mata a sede, nos passarinhos que cantam, nos animaizinhos que convivem connosco e o mais importante no próximo, nas pessoas que conheço, ou não conheço e se cruzam comigo na rua e que carregam a sua própria cruz, no mendigo que pede esmola, no sorriso de uma criança...pois tudo o que fizerdes a cada um destes irmãos é a Mim próprio que o fazeis...ora aí está em poucas palavras a presença do Senhor. Então tenho razão em queixar-me que Ele me deixa sózinha?...custa aceitar mas é verdade em toda a linha. Deus está sempre presente. E sinto mais isso na Sagrada Comunhão, mas não posso esquecer este pensamento que o Senhor me enviou: - estou sempre contigo, basta olhares à tua volta...e tal como os pais fazem com os filhos não estou sempre disposto a dar colinho...não há palavras que não sejam de agradecimento e louvor...