Meu Deus eu creio em vós!

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Uii...que vida...meu Deus, ajuda-me...Mãe do Céu dá-me forças. Parece uma teia de aranha, muito bem urdida, e eu estou lá presa...o pior é que eu tenho consciência disso. Apoio-me no meu anjo da guarda de carne e osso...mas o meu anjo vai-se embora, vai viver para outro país, a uns milhares de quilómetros de distância...fruto da instabilidade económica deste país...vou sentir muito a sua falta...que o Senhor a faça feliz, sei que ela vai com algum receio...sinto isso...é um país diferente embora já conheça bem, mas vai começar tudo do zero...sinto-me angustiada por isso....mas não lhe passo a minha inquietação. A história repete-se, agora são os jovens que Portugal  formou mas não sabe acarinhar...é muito triste...não há palavras...estamos a ser colonizados e é tudo...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013


A ESCADA DA MINHA VIDA
Parte III
Dos 12 anos até aos 14...15

12 anos...pré adolescente...ainda gostava de brincar, por entre os ralhetes da minha mãe e da minha avó materna que vivia connosco e a quem eu por vezes pregava algumas partidas...coitada ela já era velhota, mas eu divertia-me em arreliá-la...sem que a minha mãe soubesse, claro. Naquele tempo com a minha idade as raparigas começavam a ser preparadas para serem boas donas de casa...mas eu não estava muito para aí virada...trabalhos domésticos era uma coisa que fazia contrariada. Era filha única, os meus pais tinham uma terra que amanhavam, mas não me obrigavam a trabalhar no campo...só de vez em quando. Assim lá fui aprendendo os trabalhos domésticos...que remédio! Aprendi a cozinhar, a tratar da roupa, a limpar,etc...entre isto, tinha que saber costurar, bordar, fazer renda, como se chamava lá na terra  ao croché, etc. etc. etc. Para os meus pais a ideia de ir estudar era muito remota, mas eu fazia questão de lhes  lembrar de vez em quando. Qual serviço doméstico, eu era diferente das outras raparigas e pronto...amava ler, tudo...desde a mini biblioteca que me fora oferecida pelo ministério da educação de então, como prémio de boa aluna, a qual eu lia e relia, quase que já sabia os livros de cor...também pedia à minha mãe, que quando fosse à cidade me trouxesse o jornal. Em casa não havia rádio, e foi assim que me lembro de ter tido conhecimento da campanha de Humberto Delgado do desvio do Santa Maria, da invasão da Índia e do começo da guerra em Angola. As raparigas do meu tempo, queriam lá saber disso...queriam era bailes e namorar...eu não, que fazer? Com 14 anos já tinha lido parte dos clássicos portugueses, desde Camilo Castelo Branco a Júlio Dinis, Trindade Coelho, Almeida Garrett, Eça de Queiroz, etc. Tudo livros emprestados. Tinha lido praticamente as obras completas...adquiri assim uma cultura geral superior à média das pessoas com quem convivia...mas como a minha mãe queria que eu fosse uma boa dona de casa...havia sempre uns ralhetes pelo meio...e os livros escondidos no cesto da costura debaixo do trabalho que estava a fazer...a minha mãe voltava costas e pronto lá ia eu buscar o livro para mais uma leitura. E quanto à minha fé?...pois, não praticava, não ia à missa, não frequentava os sacramentos, rezava pouco, mas apesar disso tinha fé... só andava afastada da sua prática. Lembro-me de ver a minha avó rezar, a minha mãe de vez em quando...todavia, por volta dos 15 anos a minha vida mudou totalmente, após o falecimento prematuro da minha avó...foi como que uma conversão...já tinha mais idade, mais sentido de responsabilidade, e quanto à parte religiosa comecei a interessar-me mais pelas leituras espirituais...e nada voltou a ser igual para mim...coloquei Deus no centro da minha vida...mas esta parte será outro lance de escadas...
Aprendi a viver em solidão...a falar comigo e a falar com Deus...Ele está sempre presente e ao longo do dia há muitas orações começadas e não acabadas, muitas distracções e desconcentrações...gera-se um ciclo vicioso que me faz procurar a solidão e não a companhia das pessoas. Porque será?...não sei...fruto de uma depressão...de falta de alegria...não sei...recuso tantas vezes os convites que me são feitos para sair da toca...mas eu recuso...fico lá no meu casulo. Gostava tanto de poder sair deste ciclo...mas não basta desejar é preciso querer...e aí  é que está o cerne da questão...eu não vou, arrasto-me. Tantas oportunidades perdidas, nestes últimos tres anos e que nunca mais se repetem...que pena não ter aproveitado mais a presença e companhia de pessoas que me são queridas. Por vezes sofro por antecipação, mas a vida ensinou-me que devemos viver o presente...o momento. O Senhor nos ensinou a dizer o pão nosso de cada dia nos dai hoje...pois é, hoje...amanhã é outro dia e nós não sabemos se  chegaremos lá....aprendi a dizer que o momento presente é o que conta nas nossas vidas, e assim devemos fazer que ele seja conforme a vontade de Deus...quem tem fé confia em Deus que nunca lhe faltará com o necessário...não é fácil este desprendimento, mas vou aprendendo a pouco e pouco a dizer: Senhor faça-se a Vossa vontade e não a minha...eu confio em Vós e quero aquilo que Vós quiserdes. Quando eu cumprir bem este propósito, significa que estou mais desprendida dos bens materiais e me aproximo mais dos espirituais...mas não é fácil com tantos defeitos leva o seu tempo...mas Jesus e Maria a quem tanto amo, não me deixarão só...eu acredito...

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Que dia hoje meu Deus, eu já não estava bem, nem fisica nem psicologicamente...e parece que nestas alturas o chão nos foge debaixo dos pés...tudo nos acontece. Para selar o dia em grande, telefona-me a minha filha mais velha dizendo que estava de rastos, que não aguentava a vida que tinha etc, etc, etc...ainda por cima é doente...bipolar...tem um filho com 12 anitos que já se apercebe muito bem das crises da mãe e sofre por ela. Não sei como ajudar, elas são doentes e pronto...os médicos enchem-nas de medicamentos e elas ficam drogadas, no mesmo dia podem ter várias alterações de humor...podem cometer actos contra si próprias como o suícidio por exemplo...aquilo que para nós é uma coisa simples, para estas pessoas é um "bicho de sete cabeças"...resta-me pedir a Deus e à Maizinha do céu que a protejam e guardem, que a livrem de males piores...eu...eu...fico desfeita...