Parte IV
Dos 14...15 até aos 18
Até esta idade a minha vida espiritual andou um pouco desleixada, mas não esquecida. Depois do falecimento da minha avó por volta dos meus 14 para 15 anos, isso mexeu comigo, senti-me arrependida pelas partidas que lhe tinha pregado, e comecei a rezar muito por alma dela. A minha vida por vontade de Deus deu uma volta de mais de 180 graus...comecei a ler livros de cariz religioso, recomecei a rezar e a ir à missa todos os Domingos...inspirada pelos pastorinhos de Fátima cuja vida tinha lido, comecei a fazer alguns sacrifícios...à medida que o tempo passava, sentia-me mais perto de Deus e o meu comportamento familiar mudou. De refilona, passei a ser mais disponível e a fazer tudo o que era preciso fazer nos serviços domésticos e não só, também ajudava nos trabalhos agrícolas...embora nisso fosse poupada pelos meus pais. Para ir todos os Domingos à missa tinha de fazer alguns trabalhos domésticos, para que os meus pais não ralhassem comigo...tudo isto me custou alguns reparos velados dos meus pais e vizinhos. Estava completamente fora daquilo que era suposto ser uma rapariga da minha idade...não ia a bailes, não namorava como as outras raparigas da minha idade e isso valeu-me o epítedo de beata...o que não me afectava absolutamente nada. Quando fiz 17 anos, fiz uma confissão geral, para poder comungar no Domingo de Páscoa e foi uma grande felicidade para mim, jamais esquecida. E quanto ao ir estudar?...pois não ficou esquecido esse desejo, só estava à espera de uma oportunidade, que surgiu exactamente próximo dos meus 18 anos e fica para outro lance de escadas da minha vida.
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